quarta-feira, 14 de março de 2012

Rabiscada sim, copada!

Copa é a cabana perfeita pros versos estreitos e sujos que rabisco nas sombras dos meus pântanos internos.
Vejo cenas podres que me cabem tão bem quanto um beloYves Saint Laurent. Outras lindas na simplicidade dos gestos cansados dessas senhorinhas gastas e vastas de histórias, tal qual os baús antigos que guardam a sete chaves e com zelo imenso, empoeirados como suas lembranças. As marcas no rosto traduzem a profundidade dos sonhos vividos, das amarguras encrustadas que se expõem nos olhos baixos já sem brilho, pintados pra maquiar a sorte de outrora.
E o mar assite os ventos passarem lentos, com seu movimento sonoro, quase lavando o tempo, quase banhando de sal meu pensamento.
Logo me deparo com Drummond, sempre ali disposto ao próximo. Certamente a tremedeira do mendigo manchado de chão, vêm gritar o fardo da falta do pão, do álccol vosso de cada dia, o passo em falso naquele momento em que tudo foi por terra, areia movediça de agonia..."Uma ajuda pelo amor de Deus!Qualquer dois real, qualquer dois real", clamava o moço de camisa "doada" por um militante qualquer. Sem saber que o poeta era sua alegria morta, mas viva de poesia e fé.
(carolina uchoa)

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