sexta-feira, 28 de setembro de 2012

quem passa o presente
prezando o passado
futuramente

estará preso
no hoje
desprezado
(carolina uchoa)

quinta-feira, 27 de setembro de 2012


Há coisas que me descoisam
Dores que me desdouram
Dou-me pálida.
(carolina uchoa)


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

É importante girar fora do eixo, dar reviravoltas na rotina que se instala.
Driblar o óbvio e a própria previsibilidade.
Transformar-se.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Em homenagem à vovó Júlia

Quando nós, ainda curumins
nos damos conta do que somos
E do que os outros são para nós
Constatamos que tem alguém
que se vem com tudo que tem
Dá-nos, nada menos, que sua trajetória.
E quando esse mesmo alguém se vai
Leva tudo isso e um tanto mais
Leva-nos junto, embora não defunto
Leva consigo a nossa melhor memória
Senhora de todas as outras
A do riso mais bem rido
A dos pés no chão do jardim mais florido
A do choro mais chuvoso
A do pedaço de bolo mais gostoso
A do toque mais zeloso que acalenta e pretege de fantasmas
No tempero jamais tido
que, embora tentemos
Jamais teremos conseguido chegar lá
Quando esse alguém se vai
Leva pra sempre
Toneladas de histórias
Que sobram nostálgicas
Para póstumas palavras como estas surgirem
E não há mais nada que possa ser feito
Nem o bife acebolado
Nem o bolo perfeito
Nem o feijão queimado que dá certo
Nem um canto nosso no seu leito
Nem a gargalhada engraçada que nos faz cócegas
Nem o andar frágil que imprime heroismo
Nem as lentes tiradas do fundo das garrafas do quintal
Postas em armação qualquer
Nem as anáguas pra gente brincar de ser mulher
Nem as pitombas nos alvos lençois do abril esperado
Nem a gentileza ampliada
Apurada e extraída da humildade de toda uma vida
Nem um dia a mais pra falar da importância desse todo poderoso amor que nos fez como somos ou como queremos ser ou como precisamos ser...
Diga o seu amor enquanto há. Não espere deixar de haver.
Eu disse o meu inúmeras vezes
E daria tudo pra dizer mais.
(carolina uchoa)

segunda-feira, 17 de setembro de 2012


Foi-se o tempo em que as corujas reinavam soberanas nas noites mundanas

domingo, 16 de setembro de 2012

bão momento

Não existe
Momento vão
Existe, sim
Momento pão

Ela e eles

Me ensinaram primeiro
A viver o momento
e não os tormentos
A contar os passos dados
e não só os passados
A brindar os louros
e não só os tesouros
A amar as pessoas
E não as coisas
A passar bem pela vida
e não de mal com ela
Café: Misto de prazer e muito prazer.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Momento são como ventos
Quentes, gelados, brisas, turbulentos
No fim, depende de você fechar a janela ou deixar passar.
(carolina uchoa)

Homem-bomba - Culturall

http://culturall.com.br/2012/09/07/homem-bomba/
Estamos na era bombástica, ou melhor, fantástica dos avanços tecnológicos, científicos, astronômicos, políticos cujo rítmo ultra acelaredo acaba deixando pra trás outros avanços de suma importância para a (boa) vida na terra: Os de aspecto ideológico. Levantando assim, armas letais contra a própria razão de "ser racional", desconsiderando e ameaçando princípios morais, artes, religiões e sentimentos nobres que permeiam (ou pelo menos deveriam) a natureza humana. Constato uma triste realidade na qual vivemos e seguimos calados, muitas vezes pelo individualismo e falta de interesse por questões alheias , outras - menos comuns - por ignorância e falta de acesso à informação. Logo, o que está claro é que,  a medida que o homem adquire conhecimento, se torna menor seu coração. E sua ideia de coletividade, sociedade, humanidade, se perde nos impulsos materialistas insanos ou na sua equivocada  sensação de superioridade sobre seus semelhantes. Isso por que o "super homem" do século XXI não inventou, ainda, uma máquina de amor, nem uma aula de bons costumes e respeito, nem um aplicativo que estimule o perdão e a generosidade entre os jovens, nem um site de relacionamentos sem "redes'de intrigas, nem um sistema operacional anticorrupção com detector de má indole.
Em  plena era digital, os massacres e negocídios estão presentes em toda parte, fazendo-nos lembrar os ataques raciais do século passado, conhecido e mencionado nos livros de história como "século do totalitarismo e dos genocídios", quando em diversos lugares no mundo, muita gente viveu anos de terror em massacres e extermínios cuja principal motivação ideológica era o "racismo", como se a raça humana não fosse uma só.
Inúmeras tentativas, deliberadas e sistemáticas - sendo perpetradas em diversas partes do mundo e em vários períodos da história, inclusive recente- de exterminar povo inteiro, de apagar seus sinais e raízes culturais, folclóricos, lingüísticos e religiosos.
Fica meu desabafo de dor e vergonha, pelo recente genocídio irreparável praticado na aldeia indígena yanomami Irotatheri, localizada nas cabeceiras do Rio Ocamo, na fronteira do Brasil com a Venezuela. O ato vergonhoso e desumano foi praticado no início do mês de julho /2012, onde cerca de 80 índios yanomami foram mortos , provavelmente, por garimpeiros brasileiros. Mais um para a história do povo yanomami, que sofreu em 1993, um ataque - covarde e brutal- parecido, com repercussão internacional - O Massacre de Haximu.
Não posso deixar de falar no sofrimento da Síria, com milhares de pessoas morrendo a cada dia, por interesses políticos e mesquinhos.
Neste ponto, definitivamente, não evoluímos. Pelo contrário. Estamos caminhando na contra-mão do bom senso, da coletividade, do mundo que sonhamos para os nossos filhos, quando não temos a capacidade de dar exemplos práticos e pertencemos a uma sociedade arcáica no que se refere ao bem comum e ao respeito com a dignidade do próximo.

Estamos fabricando homens-bombas e praticando "negocídios"!