quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Homem-bomba - Culturall

http://culturall.com.br/2012/09/07/homem-bomba/
Estamos na era bombástica, ou melhor, fantástica dos avanços tecnológicos, científicos, astronômicos, políticos cujo rítmo ultra acelaredo acaba deixando pra trás outros avanços de suma importância para a (boa) vida na terra: Os de aspecto ideológico. Levantando assim, armas letais contra a própria razão de "ser racional", desconsiderando e ameaçando princípios morais, artes, religiões e sentimentos nobres que permeiam (ou pelo menos deveriam) a natureza humana. Constato uma triste realidade na qual vivemos e seguimos calados, muitas vezes pelo individualismo e falta de interesse por questões alheias , outras - menos comuns - por ignorância e falta de acesso à informação. Logo, o que está claro é que,  a medida que o homem adquire conhecimento, se torna menor seu coração. E sua ideia de coletividade, sociedade, humanidade, se perde nos impulsos materialistas insanos ou na sua equivocada  sensação de superioridade sobre seus semelhantes. Isso por que o "super homem" do século XXI não inventou, ainda, uma máquina de amor, nem uma aula de bons costumes e respeito, nem um aplicativo que estimule o perdão e a generosidade entre os jovens, nem um site de relacionamentos sem "redes'de intrigas, nem um sistema operacional anticorrupção com detector de má indole.
Em  plena era digital, os massacres e negocídios estão presentes em toda parte, fazendo-nos lembrar os ataques raciais do século passado, conhecido e mencionado nos livros de história como "século do totalitarismo e dos genocídios", quando em diversos lugares no mundo, muita gente viveu anos de terror em massacres e extermínios cuja principal motivação ideológica era o "racismo", como se a raça humana não fosse uma só.
Inúmeras tentativas, deliberadas e sistemáticas - sendo perpetradas em diversas partes do mundo e em vários períodos da história, inclusive recente- de exterminar povo inteiro, de apagar seus sinais e raízes culturais, folclóricos, lingüísticos e religiosos.
Fica meu desabafo de dor e vergonha, pelo recente genocídio irreparável praticado na aldeia indígena yanomami Irotatheri, localizada nas cabeceiras do Rio Ocamo, na fronteira do Brasil com a Venezuela. O ato vergonhoso e desumano foi praticado no início do mês de julho /2012, onde cerca de 80 índios yanomami foram mortos , provavelmente, por garimpeiros brasileiros. Mais um para a história do povo yanomami, que sofreu em 1993, um ataque - covarde e brutal- parecido, com repercussão internacional - O Massacre de Haximu.
Não posso deixar de falar no sofrimento da Síria, com milhares de pessoas morrendo a cada dia, por interesses políticos e mesquinhos.
Neste ponto, definitivamente, não evoluímos. Pelo contrário. Estamos caminhando na contra-mão do bom senso, da coletividade, do mundo que sonhamos para os nossos filhos, quando não temos a capacidade de dar exemplos práticos e pertencemos a uma sociedade arcáica no que se refere ao bem comum e ao respeito com a dignidade do próximo.

Estamos fabricando homens-bombas e praticando "negocídios"! 

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